O que é a Economia do Bem-estar?

A economia do bem-estar surge como solução para uma sociedade mais saudável, inclusiva e sustentável. Fique a conhecer melhor este conceito e algumas estratégias para promover a qualidade de vida das pessoas e do Ambiente, neste contexto.

Atualmente, o crescimento económico de uma região é avaliado sobretudo através do PIB, o que leva a um comportamento de consumismo e de individualismo, com consequências negativas na sociedade e no Ambiente.

A Economia do Bem-estar põe em causa o propósito e o objetivo do investimento público, em oposição ao modelo económico em vigor, que impõe a necessidade de crescimento de determinadas atividades económicas apenas com o objetivo de figurar nas estatísticas do PIB e/ou compensar falhas.

Como referido no III Grande Inquérito Nacional de Sustentabilidade, a Economia do Bem-estar procura estratégias que respondam às necessidades fundamentais e prioridades das pessoas. Apontada cada vez mais como uma prioridade, em particular na União Europeia, a Economia do Bem-estar coloca em foco a qualidade de vida de todos, para responder a 5 necessidades essenciais:

  • Dignidade: garantir que todos têm o necessário para viver com conforto, segurança e felicidade;
  • Natureza: assegurar que o planeta é restaurado, equilibrado e saudável para todas as formas de vida;
  • Propósito: promover instituições que trabalham para o bem-comum e acrescentam valor real à vida das pessoas;
  • Participação: permitir que cidadãos participem nas decisões e se sintam integrados nas suas comunidades;
  • Justiça: refletida em todas as dimensões, sobretudo na redução das diferenças sociais.

economia do bem estar Missão Continente

Estratégias de implementação da Economia do Bem-Estar

Como resposta a estas necessidades, são estabelecidas estratégias concretas para promover a qualidade de vida das pessoas, enquanto se garante uma sustentabilidade económica e ecológica. São elas:

  • Medir e avaliar o bem-estar humano.
    Para promover o bem-estar humano, em primeiro lugar é importante medir e avaliar regularmente indicadores de bem-estar, como a saúde, a educação, a segurança e a satisfação com a vida. Apenas auscultando a sociedade de forma verdadeiramente alargada, será possível implementar políticas públicas e privadas que promovam o bem-estar de todas as pessoas.
  • Reduzir as desigualdades sociais e económicas.
    Para uma sociedade mais justa é necessário implementar medidas como o acesso global a emprego, a redistribuição justa de rendimentos, o aumento do salário mínimo, o combate à discriminação, a promoção da igualdade de género, entre outras.
  • Proteger o meio ambiente e garantir a sustentabilidade.
    Através da implementação de políticas que promovam, por exemplo, a economia circular, o uso de energias renováveis, a redução das emissões de gases de efeito estufa e o incentivo à produção e consumo sustentáveis.
  • Investir em serviços públicos de qualidade.
    É essencial o investimento em serviços públicos de qualidade, como saúde, educação, transporte e habitação, e sobretudo, garantir o acesso universal aos mesmos.
  • Promover a inovação e o avanço tecnológico.
    Esta estratégia passa pela criação de incentivos para investimentos em tecnologias limpas e verdes, pesquisa e desenvolvimento em áreas como a saúde, a energia e adoção de novas tecnologias que promovam a eficiência e a sustentabilidade.
  • Incentivar a participação dos cidadãos.
    Através da criação de fóruns de participação, da promoção da transparência e da prestação de contas dos governos e empresas, e da promoção da democracia participativa.

O bem-estar em Portugal

O III Grande Inquérito Nacional de Sustentabilidade, promovido pela Missão Continente, revela que 44% dos inquiridos afirmam que Portugal proporciona níveis de bem-estar intermédios, mas a percentagem de inquiridos que os avalia de forma negativa (31%) supera os que o fazem de forma positiva (24%).

O mesmo estudo conclui que quase metade (46,3%) dos portugueses associa a palavra bem-estar a saúde, mas que 17.1% entende-a como viver com qualidade de vida e conforto, e 14% que associam a estabilidade financeira e poder económico.

Estes dados revelam que existe ainda muito trabalho pela frente. Embora a construção de uma economia do bem-estar seja uma tarefa que exige naturalmente a ação de governos e empresas, cada um, individualmente, pode desempenhar um papel importante para apoiar a transformação positiva da nossa sociedade.

Através de ações simples como comprar de forma consciente e responsável, poupar energia e recursos, apoiar a economia local, tomar atitudes mais solidárias no dia a dia, entre muitas outras, é possível contribuir para uma sociedade mais justa onde todos podem ter uma vida com maior qualidade.

Tome Nota!

A construção de uma Economia do Bem-estar, com vista a uma maior qualidade de vida das populações, é uma tarefa de todos! Conheça algumas das iniciativas e boas práticas da Missão Continente.