Essencial para o desenvolvimento sustentável, o combate à fome junta-se à promoção da segurança alimentar no 2.º Objetivo para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas – Erradicar a fome. A guerra, a inflação e o aumento do custo de vida, nomeadamente da energia e de bens essenciais, estão a tornar ainda mais difícil concretizar este objetivo até 2030.
A nível nacional, a situação está a deixar muitas famílias portuguesas em situações de grande vulnerabilidade, uma vez que os seus orçamentos não acompanham esta subida generalizada de preços pondo em causa a segurança alimentar.
O que é a segurança alimentar?
Segurança Alimentar é a garantia de todas as dimensões que inibem a ocorrência da fome. Significa que todos os indivíduos têm disponibilidade e acesso permanente em quantidade satisfatória de alimentos seguros e nutritivos, que satisfaçam as suas necessidades nutricionais e preferências alimentares, que garantam uma vida saudável. Engloba, por este motivo, dimensões como a disponibilidade, o acesso, a utilização e a estabilidade garantida dos alimentos, como explica a Food and Agriculture Organization of the United Nations.
Garantir a segurança alimentar não significa apenas ter alimentos suficientes, mas também garantir qualidade, segurança e sustentabilidade do sistema alimentar da população.
A importância da segurança alimentar
A segurança alimentar desempenha um papel vital no bem-estar individual e social. A sua importância atravessa assim áreas essenciais para a vida, entre as quais estão:
- Saúde e Nutrição: o acesso a alimentos suficientes e nutritivos é fundamental para promover a saúde no geral. Uma nutrição adequada contribui para o desenvolvimento físico e cognitivo, para o bom funcionamento do sistema imunitário e para o bem-estar geral.
- Desenvolvimento socioeconómico: a segurança alimentar está intimamente ligada à estabilidade social e económica. Quando o acesso à alimentação é garantido, as pessoas podem investir mais na educação, produtividade e desenvolvimento económico, resultando na redução da pobreza e crescimento económico.
- Sustentabilidade ambiental: ao promover práticas agrícolas sustentáveis, a gestão responsável dos recursos e a conservação da biodiversidade, podemos garantir a disponibilidade de alimentos para as gerações futuras, minimizando os impactos ambientais negativos.
As consequências da insegurança alimentar
Da instabilidade social à subnutrição, a insegurança alimentar tem consequências devastadoras que podem levar a cenários de crises humanitárias.
Na saúde, o acesso insuficiente a alimentos nutritivos compromete o sistema imunitário, aumenta a vulnerabilidade às infeções e contribui para a prevalência de doenças crónicas. No contexto social, os preços inacessíveis dificultam o desenvolvimento das comunidades, perpétua os ciclos de pobreza e aumenta as desigualdades.
A insegurança alimentar generalizada pode levar à agitação social, à instabilidade política e à migração. Um acesso inadequado aos alimentos pode desencadear conflitos e crises humanitárias, perturbando a coesão e a estabilidade sociais.
Insegurança Alimentar em Portugal:
Apesar da tradição agrícola, atividade piscatória e património culinário, Portugal também enfrenta alguns desafios de insegurança alimentar. O mais recente relatório das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável em Portugal revela que prevalece o estado moderado a grave de insegurança alimentar entre a população e alerta para a pouca e fraca informação disponível sobre este assunto.
O aumento do custo de vida, a desigualdade de rendimentos e a alteração dos padrões alimentares complicaram ainda mais esta questão. Além dos estilhaços da pandemia e da guerra na Ucrânia, Portugal está ainda vulnerável aos impactos das alterações climáticas, como as secas e os incêndios florestais, que colocam em risco a produção agrícola.
Como podemos promover a segurança alimentar a nível local em Portugal?
Para aumentar a segurança alimentar, é necessário promover e assegurar a sustentabilidade da produção e distribuição local. Damos-lhe 4 dicas que podem contribuir para a promoção da Segurança Alimentar em Portugal:
- Apoiar a produção local
- Escolher produtos obtidos de práticas sustentáveis
- Reduzir o desperdício alimentar
- Apoiar iniciativas de recolha de alimento
Tome Nota!
A segurança alimentar é essencial e requer colaboração, inovação e mudanças sistémicas. Ao adotar estratégias sustentáveis, podemos construir um sistema alimentar mais resiliente, que garanta o acesso a alimentos seguros, nutritivos e acessíveis. Conheça algumas das iniciativas e boas práticas da Missão Continente.