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As alterações demográficas, nomeadamente o crescimento populacional e as migrações, bem como a intensificação da competição e do consumo de bens, aumentaram a pressão exercida sobre os recursos naturais.
Assim, um dos principais desafios para os países em desenvolvimento é a gestão destes recursos, que pode ter repercussões negativas a nível social, económico e ambiental, caso não seja feita da melhor forma.
Foi neste contexto que a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial da Terra, celebrado a 22 de abril, com o objetivo de aumentar a consciência das pessoas para a importância de preservar os recursos naturais e proteger o meio ambiente.
O que são os recursos naturais?
Os recursos naturais são materiais criados pela natureza, que são utilizados pelos humanos, podendo ser consumidos diretamente ou transformados para produzir outros bens.
Segundo a Agência Europeia do Ambiente (EEA), os recursos naturais podem ser de dois tipos:
- Renováveis, ou seja, não se esgotam, renovando-se naturalmente, como é o caso da radiação solar, do ar ou da madeira.
- Não renováveis, existem na natureza de forma limitada e, depois de utilizados de forma descontrolada, desaparecem. Como é o caso do petróleo, do gás natural ou do carvão.
Importância dos recursos naturais
Os recursos naturais são essenciais para satisfazer as necessidades e os desejos do ser humano. De forma geral, a sua importância baseia-se no facto de:
- Possibilitarem a criação de inúmeros produtos e serviços que garantem a nossa sobrevivência e definem o nosso modo de vida atual.
- Potenciarem o desenvolvimento económico, sendo o principal fator da criação de riqueza dos países desenvolvidos.
- Contribuírem para a diminuição da pobreza, particularmente em comunidades mais pobres e rurais.
- Serem o motor da criação de postos de trabalho, ligados à sua extração, transformação e comercialização.
- Garantirem o equilíbrio da biodiversidade, possibilitando a sobrevivência do planeta terra e da humanidade.
Consequências da sobre-exploração dos recursos
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), são atualmente consumidos mais 20% de recursos em relação à quantidade regenerada, o que significa que, se continuarmos a consumir a esta velocidade, muitos deles vão esgotar-se.
Na prática, as consequências da sobre-exploração dos recursos naturais são:
- Desaparecimento de milhares de espécies de fauna e flora, associadas principalmente ao desmantelamento de florestas e à pesca excessiva.
- Aumento do preço dos produtos agrícolas, graças à erosão dos solos férteis.
- Maior concentração de dióxido de carbono na atmosfera e consequente aquecimento global, associado à diminuição do número de árvores.
- Aumento dos casos de morte prematura associadas à poluição atmosférica.
- Crescimento dos casos de pobreza e fome.
- Escassez de água potável, associada ao desperdício e à poluição.
- Maior probabilidade de existência de conflitos sociais.
Soluções de proteção dos recursos naturais
A proteção dos recursos naturais é uma das prioridades da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi considerada na definição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Assim, as principais soluções de proteção encontradas são:
- Tomar decisões ponderadas a nível da gestão dos recursos naturais, que tenham o interesse público em consideração.
- Investir em indústrias de transição climática, como as energias renováveis, que garantam a continuidade dos recursos.
- Restaurar os ecossistemas destruídos, através da reflorestação e do estabelecimento de quotas de pesca e de caça.
- Expandir a área de ecossistemas protegidos, evitando a sua exploração.
- Promover um estilo de vida mais sustentável, através da redução do consumo e da tomada de decisões ecológicas.
- Recompensar empresas que reduzam o impacto ambiental das suas atividades.
- Aplicar sanções adequadas para os crimes ambientais.
Tome nota!
Os recursos naturais são imprescindíveis para a sobrevivência humana e devem ser protegidos de forma a reverter a tendência de exaustão dos mesmos, atualmente em curso. Só assim conseguimos garantir que as gerações futuras tenham acesso aos recursos necessários ao seu bem-estar.