Regresso às aulas: com confiança e sem medos

Voltar à escola pode causar ansiedade aos mais novos. Saiba o que pode fazer para que o regresso às aulas seja mais calmo e livre de dramas.

Regresso às aulas

O regresso às aulas representa uma altura do ano que pode gerar stress e ansiedade, tanto nos pais como nos filhos. Como é um momento de transição depois das férias, pode criar desafios que têm um grande impacto na saúde mental dos nossos filhos.

Ansiedade de separação, medo de sofrer bullying, medo do desconhecido (principalmente se for uma escola nova) e receio de não ser aceite pelos colegas, são fatores a ter em conta e que podem estar a preocupar o seu filho.

Através de pequenos gestos, voltar à escola não tem de ser um choque. Neste artigo vamos dar-lhe algumas estratégias para que pais e crianças se sintam confiantes para mais um ano letivo.

Ansiedade em idades precoces

De acordo com a UNICEF, cerca de 1 em 7 crianças e jovens entre os 6 e os 18 anos de idade sofrem de perturbações mentais diagnosticáveis.

Metade destes problemas de saúde mental começam aos 14 anos de idade, mas a maioria passa despercebido e não são tratados (embora tenham tratamento).

Fim de férias e é chegada a hora de as crianças regressarem à escola. O seu maior desejo é que seja um regresso sem stress e tranquilo para todos, certo?

Aliviar a pressão e o stress no regresso às aulas

Uma vez que é na infância e na adolescência que os níveis de ansiedade sobem a pique, é importante observarmos com atenção os nossos jovens para que possam viver uma vida feliz.

Uma semana antes de o seu filho iniciar o ano letivo, experimente o seguinte:

1. Relaxar

E porque não um programa divertido em família antes do regresso à 'normalidade', como ir a um parque de diversões, visitar um local diferente ou ir à praia, simplesmente?

Dependendo dos gostos de cada família, criar memórias e momentos de descontração é importante. Pode ser exatamente o que o seu filho precisa para relaxar e falar com os pais de forma espontânea sobre o que está a sentir.

2. Estabelecer limites

Uma semana antes de a escola começar, é melhor começar, lentamente, a colocar limites em coisas simples como a hora de ir para a cama ou limitar o tempo em frente aos ecrãs.

Assim, o seu filho não vai sentir tanto o impacto do regresso às aulas, já se vai habituando à rotina.

3. Criar uma rotina equilibrada

Em conjunto com o seu filho, envolva-o em questões simples como a preparação dos lanches para a escola ou quem o vai levar e buscar.

Se a escola deste ano letivo for nova, pode até visitá-la com o seu filho para que se familiarize com o espaço do novo ambiente escolar.

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Gerir a produtividade

Estar presente para o seu filho é fundamental e, muitas vezes, isso inclui ajudá-lo nos trabalhos de casa.

Principalmente para as crianças mais velhas, é essencial que tenham em casa um espaço de trabalho próprio, para que possam trabalhar sossegadas e sem acesso a estímulos (como sons do televisor, por exemplo).

Desta forma, o seu filho sabe que é naquele local que tem de estar concentrado quando está a fazer os trabalhos de casa depois das aulas. O mesmo é válido para crianças mais pequenas, em que pode acompanhá-las na mesa da sala ou da cozinha. Fundamental é ter um local de estudo próprio.

Explique-lhes como devem manter o seu espaço organizado depois de ser utilizado, assim como devem gerir o seu tempo para não ficarem sobrecarregados com trabalhos de casa.

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Evitar sobrecarga de atividades

Dança, natação, futebol… São tantas as atividades disponíveis, não é?

É sempre interessante perceber de que é que o seu filho gosta e o que lhe interessa mais fazer quando não está na escola, mas tenha atenção à sobrecarga de atividades.

Pode ser irrealista manter o seu filho ocupado de manhã à noite. Deve ter tempo para as atividades escolares, para as extracurriculares e ainda ter tempo livre.

Regra geral, quanto mais sobrecarregada a criança estiver, mais ansiosa vai ficar, porque sente que não consegue fazer tudo. Por isso, deixe-a ser criança e brincar quando não está na escola ou a fazer os trabalhos de casa.

atividades depois das aulas

A sociabilização dentro e fora da escola

Falar das relações sociais para o bem-estar emocional do seu filho e oferecer, até, dicas para fortalecer os laços de amizade com os colegas, é meio caminho andado para que o seu filho fale abertamente consigo e com os outros.

Deixe-o à vontade para lhe pedir para convidar colegas a irem a sua casa, seja para trabalhos de grupo, seja para se divertir e conviver.

As relações com os amigos são importantes para a saúde mental do seu filho. Fazem com que se sinta integrado e acompanhado.

As relações externas à escola - por exemplo, explicadores ou instrutores de alguma modalidade - também devem ser incentivadas.

Além disso, ouça sempre atentamente a criança. O que para nós pode ser irrelevante, para o seu filho pode não ser. Esta é a base da comunicação e da confiança.

Sinais de alerta

Há sinais a que deve estar atento quando o regresso às aulas estiver próximo:

  • Irritabilidade;
  • Agressividade súbita;
  • Dores de barriga sem razão aparente;
  • Terrores noturnos, pesadelos e insónias.

Em crianças mais pequenas, a ansiedade de separação pode ser maior, uma vez que é bastante comum que passem bastante tempo com os pais nas férias de verão.

Mas, mesmo que o seu filho já não seja assim tão 'pequeno', é nesses sinais que pode perceber se ele está nervoso ou não com a chegada do mês de setembro.

Fatores de risco vs. Fatores de proteção

Os jovens têm frequentemente oscilações de humor. As crianças com melhores resultados escolares podem sentir mais pressão para manterem o seu sucesso, o que pode aumentar os níveis de ansiedade e contribuir para a existência de um estado depressivo.

Sofrer de bullying, por exemplo, também pode impactar a saúde mental dos jovens, que se sentem sozinhos e sem saber a quem recorrer. É por isso que é tão importante manter um canal de comunicação entre pais e escola.

Para proteger os nossos filhos de desenvolverem problemas que lhes afetem a saúde mental, há várias coisas que pode fazer:

1. Treinar competências pessoais e sociais

Ter consciência de si próprio contribui para uma boa saúde mental.

Por exemplo, se o seu filho for mais pequeno, pode ajudá-lo a resolver um conflito de grupo. Imagine que ele está revoltado porque ele e um colega querem o mesmo brinquedo. Pode explicar-lhe como se pode expressar de forma clara, criar empatia pelo outro e ser flexível, competências muito importantes.

Da mesma forma, se o seu filho for mais velho e chegar a casa desanimado porque recebeu críticas construtivas sobre um trabalho que fez, explique-lhe a importância de saber ouvir uma crítica sem interromper e a usá-la a seu favor num próximo trabalho.

2. Procurar apoio sempre que estiver triste

Assegure-se que o seu filho pode contar consigo sempre que estiver triste ou a precisar de falar. Escutar ativamente é um dos muitos passos que contribuem para uma saúde mental positiva.

3. Ter uma rede de apoio atenta e preocupada

Pais, familiares e professores fazem parte dessa rede.

Não podemos estar com os nossos filhos 24 horas por dia e é por isso que é essencial ter vários apoios.

Qualquer atitude que lhe pareça suspeita pode revelar alguma preocupação que o seu filho tenha.

4. Andar numa escola com ambiente positivo

Andar feliz e confiante é mais provável quando a escola tem um ambiente acolhedor e inclusivo.

Tente sempre informar-se se a escola do seu filho anda tem boas condições e boas referências.

Se o seu filho conhecer colegas da sua idade nessas escolas, melhor ainda.

5. Dormir bem

Parece simples, mas ter um bom padrão de sono é fundamental. Dormir pelo menos oito horas por dia é importante para que o seu filho ande de bom humor e para que se possa concentrar nos estudos.

importancia de dormir

Dicas para manter uma boa saúde mental no regresso às aulas

Experimente fazer o seguinte:

  • Escuta ativa: independentemente do assunto, ouça sempre o que o seu filho tem a dizer. Mesmo que ele tenha vergonha de abordar algum assunto, vai saber se o seu filho precisa de ajuda pela sua linguagem corporal;
  • Propor atividades físicas: promover o bem-estar emocional pode passar por fazer atividades físicas divertidas, como saltar em trampolins ou fazer surf, por exemplo;
  • Sugerir uma alimentação saudável: tanto adultos como crianças sentem-se melhor quando investem numa alimentação saudável. Incentive o seu filho a fazer opções saudáveis. Vai sentir-se melhor consigo próprio e com o seu corpo, principalmente se estiver na fase da adolescência. Em família, façam as mesmas refeições e no mesmo horário, para criar uma rotina.

Quem pode ajudar?

Os pais, a escola e os profissionais podem ajudar com a ansiedade no regresso às aulas.

Em casa, os pais têm um papel muito importante para que os seus filhos se sintam tranquilos em regressar à escola.

Na escola, os professores são uma das figuras mais influentes na vida dos jovens. Garantir que os alunos se sentem ouvidos, facilitar os momentos de relação entre colegas, promover a compreensão das emoções ou partilhar estratégias de gestão de stress são algumas das ações que o docente pode fazer na sala de aula.

Para casos específicos, falar com um psicólogo pode ser muito útil. Independentemente da lista de pessoas que podem ajudar o seu filho, o mais importante é que a criança se sinta amada e apoiada por todos.

Tome nota

Aproveite e conheça as iniciativas do Programa Educativo da Escola Missão Continente e o projeto Missão Geração Saudável, que sensibiliza professores, famílias e crianças para hábitos mais saudáveis e felizes.

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Neste regresso às aulas, conte ainda com o Continente para, juntamente com o seu filho, escolherem todo o material escolar de que precisam.