Bullying: O que é, como prevenir e como lidar com ele

Já todos ouvimos falar de bullying, mas será que somos capazes de identificar o comportamento quando estamos na sua presença? Sobretudo nas crianças, é importante estar atento aos sinais.

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O bullying é um comportamento agressivo, intencional e repetido, que pode ser praticado por uma pessoa ou por um grupo, contra um ou mais elementos que se encontram numa situação inferior de poder, força física ou vulnerabilidade.

Os diferentes tipos de bullying

Ao contrário do que acontece com outros tipos de comportamentos agressivos, o bullying pode assumir diferentes formas, dificultando a sua deteção. Contudo, será sempre premeditado, contínuo e feito com a intenção de subjugar a vítima. Entre os diferentes tipos de bullying estão:

  • Físico: envolve sempre violência física, nomeadamente, empurrões, pontapés, socos, entre outros.
  • Sexual: sempre que há contacto físico forçado, bem como comentários e insultos de natureza sexual.
  • Verbal: inclui insultos, gritos, ameaças, provocações, atribuição de alcunhas depreciativas e comentários humilhantes sobre características físicas ou dificuldades intelectuais.
  • Social: tem como objetivo isolar a vítima e fazê-la sentir-se rejeitada. Por isso, costumam espalhar boatos e difamar o alvo, para que todos se afastem dele.
  • Cyberbullying: com as novas tecnologias cada vez mais presentes, é um dos tipos de bullying mais recorrentes. Nas redes sociais, chats e blogues, abundam os comentários pejorativos, as mensagens ameaçadoras, as fake news, fotos divulgadas contra a vontade da vítima, etc.
  • Homofóbico: o preconceito em relação à orientação sexual da vítima está na origem desta agressão que pode ir da partilha de detalhes da vida pessoal da vítima a terceiros, a inventar mentiras, chamar nomes, entre outros. Saiba como combater a homofobia.

 

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Os principais alvos

Qualquer pessoa pode ser vítima de bullying, mas é durante a infância e a adolescência que há uma maior prevalência. De acordo com a Ordem dos Psicólogos , em “Vamos Falar sobre Bullying, quase 50% dos jovens portugueses assumiram que já estiveram envolvidos em casos de bullying como vítimas, agressores ou ambos.

Talvez por isto, a escola seja o local onde tem início a maioria dos casos de bullying. Em 97,3% dos casos de bullying reportados em 2022, tanto as vítimas como os agressores, frequentavam o mesmo estabelecimento de ensino, conclui-se no relatório Observatório Nacional de Bullying

Mas, afinal, como é que o agressor escolhe o alvo? Geralmente, a vítima é mais introvertida, insegura e isolada, e o motivo pode ser uma característica mais acentuada, uma preferência ou até mesmo a forma de pensar. O que pratica o bullying aparenta sempre ser mais forte, e tende a ser uma pessoa conflituosa e agressiva.

Entre adultos o bullying também existe, no entanto, é menos comum e não é tão percetível. Quando acontece, é habitual ser em contexto laboral e as vítimas raramente denunciam.

Como lidar com o bullying

Antes de mais, é necessário educar as crianças acerca do bullying. Não só para não o praticarem, mas, também, para serem capazes de o prevenir e identificar.

Depois, importa deixar aberta a porta da comunicação. Dessa forma, em vez de tentarem esconder, vão sentir-se à vontade para falar se forem alvo ou souberem de alguém que está a ser vítima de bullying. Este diálogo deve acontecer tanto dentro de casa, em família, como em ambiente escolar.

E porque é comum a vítima de bullying sentir vergonha de pedir ajuda, perpetuando a agressão, é de extrema importância que professores, pais, auxiliares e amigos, estejam atentos a alguns sinais nos jovens, tais como:

  • Deixar de querer ir à escola ou outra instituição que frequenta
  • Afastar-se dos amigos
  • Dificuldade de concentração
  • Demonstrar tristeza mais frequentemente
  • Pesadelos frequentes e/ou dificuldade em adormecer
  • Ansiedade ou nervosismo inexplicável

 

Quando a vítima de bullying confia e pede ajuda, o apoio incondicional e a valorização daquilo que está a sentir vão fazer toda a diferença. Promover a autoestima e fazer com que se sinta valorizada, são boas formas de apoiar a vítima.

Os pais devem assumir este papel em casa e falar com os responsáveis da instituição onde o bullying tem lugar, para que estes possam agir, criar um ambiente saudável e impedir que as agressões continuem. O apoio de um psicólogo será sempre importante, até para assegurar que todos lidam com o problema da melhor forma.

Em situações extremas em que o diálogo e as técnicas de dissuasão do bullying não funcionam, a denúncia às autoridades é fundamental.

EM CASO DE PERIGO IMINENTE LIGAR 112

 

Outros contactos úteis para a denúncia:

Polícia de Segurança Pública (PSP) da zona de residência ou onde têm lugar os acontecimentos

Guarda Nacional Republicana (GNR) da zona de residência ou onde têm lugar os acontecimentos

Polícia Judiciária (PJ) da zona de residência ou onde têm lugar os acontecimentos

 

APAV

- Ligar para o número 707 200 077 (dias úteis das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00) ou 116 006 (dias úteis das 08h00 às 22h00)

- Enviar e-mail para apav.sede@apav.pt

- Dirigir-se a um dos Gabinetes de Apoio à Vítima

 

Observatório Nacional do Bullying

Neste caso, o objetivo será fornecer informação sobre a ocorrência de situações de bullying em Portugal, permitindo que os dados apresentados anualmente sejam mais realistas e que sejam desenvolvidas novas ferramentas de combate. A participação é feita através do preenchimento de um questionário online. Também poderá contactar a Associação Plano i, responsável pela iniciativa, através do e-mail: associacaoplanoi@gmail.com ou pelo telefone: +351 222 085 052.

 

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