
Segundo o Programa Copernicus da União Europeia, as primeiras três semanas de julho foram as mais quentes de sempre desde que há registo. Neste seguimento, o Secretário-Geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que a era do aquecimento global acabou, tendo a Terra entrado na era da ebulição global.
O aumento das temperaturas é preocupante, mas pode ser reversível, como afirma o Secretário-Geral da ONU. Assim, é imperativo que este seja um ano de mudanças estruturais que garantam a adaptação climática e a redução das emissões globais.
A era da ebulição global
O termo “ebulição global” refere-se a uma fase para lá do já conhecido “aquecimento global”, estando diretamente associado ao aumento da temperatura da terra, que atinge níveis nunca registados. Este conceito pretende sublinhar a gravidade da situação, já que a ebulição é um processo de fervura de líquidos, formando vapor e bolhas.
Ainda que o termo da ebulição global seja relevante para despertar a consciência sobre o aquecimento do planeta, alguns cientistas afirmam que este conceito ainda não tem uma base científica que o sustente. Outros, por sua vez, consideram este tipo de terminologia importante para alertar para a urgência do tema.
A par do aumento exponencial da temperatura global, existem algumas características desta nova fase cunhada pelo Secretário-geral para as Nações Unidas, nomeadamente:
- O aumento da temperatura dos oceanos, que impacta a sobrevivência das espécies marinhas e causa tornados e tempestades fortes.
- O degelo das calotas polares, que causa o aumento dos níveis do mar e a consequente submersão de ilhas habitadas.
- A normalização das ondas de calor, que ocorrem quando existem vários dias seguidos de calor extremo, que atingem cada vez mais países e afetam a saúde humana e a biodiversidade.
Como combater o aumento das temperaturas?
Ainda que as ações individuais não sejam suficientes para travar o aquecimento global, existem algumas mudanças que, se forem postas em prática por todos nós, podem ter um impacto positivo. Assim, a nível individual, deve:
- Diminuir ao máximo o lixo indiferenciado que produz, através de uma redução do desperdício alimentar e da reciclagem dos resíduos.
- Optar por opções de mobilidade sustentável, de forma a reduzir a pegada de carbono associada aos transportes.
- Reduzir o consumo de produtos de origem animal, cuja produção tem um grande impacto nas emissões globais de gases de efeito de estufa.
Com o crescimento da população urbana, também a gestão das cidades ocupa um papel importante na redução dos gases de efeito de estufa emitidos. Algumas medidas que as cidades podem adotar são:
- Aumentar as zonas verdes através da plantação de árvores, que absorvem o dióxido de carbono e fornecem mais sombras à população.
- Apostar em sistemas de transportes públicos mais ecológicos, nomeadamente disponibilizar autocarros e bicicletas elétricas.
- Preparar as estruturas das cidades para o aumento das temperaturas, através de medidas como pintar os telhados dos edifícios de branco.
A par com estas medidas a um nível municipal, existem mudanças muito importantes que só podem ser executadas pelo governo, em particular:
- Criar leis de incentivo às energias renováveis, de forma a pressionar as empresas para se tornarem mais amigas do ambiente.
- Possibilitar apoios para a compra de veículos elétricos, tanto para as pessoas como para as cidades.
- Introduzir o aquecimento global nos programas educativos das escolas, para que as gerações futuras tomem uma atitude sobre este tema.
Tome nota!
O calor extremo que se tem registado nos últimos anos levou ao crescimento das conversas sobre a era da ebulição global, uma nova fase do aquecimento global. As consequências deste aumento da temperatura afetam a saúde humana e o planeta terra. É preciso agir depressa!