Microplástico: o que é e como pode chegar ao corpo humano

Estas partículas de plástico poluem os oceanos e até os nossos alimentos. Afinal, o que são os microplásticos e é mesmo possível chegarem ao corpo humano?

O que parecia um enorme avanço na década de 50 passou a ser observado, nas últimas décadas, como um dos maiores problemas ambientais: a produção massificada de plástico.

Este material demora centenas de anos a decompor-se e a sua presença nem sempre é clara, sobretudo se a dimensão for muito reduzida, como o caso dos microplásticos.

O que são os microplásticos?

São considerados microplásticos pedaços de plástico com menos de 5 milímetros. Estes fragmentos podem vir de várias fontes, como produtos de higiene ou limpeza, roupas ou até mesmo pela decomposição de um objeto de plástico maior.

Os microplásticos podem ser classificados conforme a sua origem: primários, quando produzidos intencionalmente; e secundários, quando se formam a partir da degradação de plásticos de maior dimensão. De acordo com a sua forma e tamanho, os mais comuns são:

  • Microesferas: pequenas esferas usadas em produtos como pastas dentífricas, esfoliantes, sabonetes e cremes.
  • Fibras: pequenas fibras de tecidos sintéticos, como poliéster e acrílico, podem ser libertadas sobretudo durante as lavagens de roupa.
  • Fragmentos: pequenos fragmentos de plástico que se formam a partir da degradação de materiais plásticos maiores.

Como chega ao corpo humano?

Os microplásticos são considerados um problema ambiental, pois têm substâncias tóxicas que podem ser perigosas para a vida marinha e para o equilíbrio ecológico. Estes podem ser facilmente ingeridos por animais e, consequentemente, entrar na cadeia alimentar de várias espécies, incluindo a dos humanos.

Por isso, sim, é possível que os microplásticos cheguem ao organismo humano através de diferentes métodos, entre os quais:

  • Ingestão de água: os microplásticos podem contaminar água potável e a água do mar chegando facilmente aos humanos.
  • Alimentação: são cada vez mais comuns os casos de microplástico encontrado em pescado ou marisco.
  • Poluição atmosférica: os microplásticos podem ser inalados como partículas de poeira e/ou fumo, por exemplo.
  • Cosméticos: alguns produtos como esfoliantes e cremes contêm microplásticos que podem ser absorvidos pela pele.

Os efeitos na saúde humana ainda não são totalmente conhecidos, mas a presença de produtos tóxicos e outros químicos na composição do plástico preocupa as autoridades de saúde mundial.

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Como reduzir o consumo de microplásticos?

Existem diversas maneiras de controlar e reduzir o consumo de microplásticos. Deixamos-lhe 4 dicas essenciais, mas muito simples:

  1. Evite produtos que contenham microplásticos: verifique a lista de ingredientes dos produtos que compra e opte por alternativas sem microplásticos.
  2. Utilize alternativas aos produtos de plástico: substitua produtos de plástico, como caixas, garrafas ou sacos, por alternativas reutilizáveis feitas de outros materiais, como o vidro ou o tecido.
  3. Faça a separação de resíduos: certifique-se de que os resíduos plásticos são corretamente descartados e reciclados. Antes de descartar, questione-se se não poderá reutilizar.
  4. Adote um consumo responsável: opte por produtos pouco embalados e da época, por exemplo, e evite comportamentos de consumismo.

Tome Nota!

Segundo a Organização das Nações Unidas, a Organização Mundial da Saúde concluiu que seria possível reduzir em 90% a poluição por microplásticos, se os governos melhorassem os sistemas de filtragem das águas residuais.

Sensibilizar para o problema dos microplásticos e adotar medidas como as descritas acima é essencial para a proteção do meio ambiente e para o futuro da humanidade. Conheça algumas das iniciativas e boas práticas levadas a cabo pela Missão Continente no sentido de um futuro melhor.