Eco-ansiedade: saiba o que é e como combatê-la

O rápido crescimento populacional e o comportamento da população pouco (ou nada) sustentável têm vindo a impactar e alterar o meio ambiente de forma significativa, mas estas alterações também se manifestam no sentido inverso. Nos dias de hoje, os impactos ambientais que enfrentamos tornam-se para algumas pessoas fator de pânico ou ansiedade, gerando respostas emocionais "avassaladoras e desanimadoras".

O que é a eco-ansiedade?

A ansiedade e o medo, apesar de muitas vezes equiparados, são fenómenos distintos. A ansiedade é considerada uma resposta orientada para o futuro, de ação prolongada, amplamente centrada numa ameaça difusa, caracterizada por:

• Emoções, como sentimentos de tensão ou pensamentos de preocupação
• Mudanças físicas, como o aumento da pressão artéria, tremores, tonturas ou um batimento cardíaco rápido

As pessoas com perturbações de ansiedade têm geralmente pensamentos ou preocupações intrusivas recorrentes, podendo mesmo chegar a evitar certas situações devido à sua preocupação. O medo, adjacente à ansiedade, pode vir de várias direções.

No caso da eco-ansiedade, este medo advém da preocupação com o futuro face ao impacto “aparentemente irrevogável” das alterações climáticas. O conceito é explicado pela Associação Americana de Psicologia (APA), que acrescenta ser uma sensação ligada a emoções “difíceis”, tais como a dor, a culpa, a raiva e o desespero. As crianças, os jovens e aqueles que estão ligados à natureza são os mais afetados e até identificados como vulneráveis.

Consequências da eco-ansiedade

Embora a emoção inicial sentida ao tomar consciência da crise climática seja, muitas vezes, de ansiedade, esta pode desenvolver-se em respostas emocionais mais avassaladoras tais como:

• medo e pânico do cenário futuro;
• sentimento de perda, como "solastalgia", uma forma de perda e luto relacionada com crise climática;
• desespero, frustração, raiva e culpa perante a injustiça da destruição ambiental.

Perante sentimentos tão poderosos e conflituosos, as pessoas podem sentir-se entorpecidas ou a dissociarem-se. Momentos de negação, repúdio e descrença podem ocorrer e, em seguida, reincidir. As pessoas podem viver momentos que potenciem a alteração rápida de emoções, que cheguem até a ser contrastantes: da descrença à raiva e depois à depressão.

Como evitar ou combater a eco-ansiedade?

Existem várias formas de alterar comportamentos destrutivos para comportamentos benéficos, como combater ou mesmo evitar a eco-ansiedade:

Abrace hábitos sustentáveis

Promova a separação de resíduos para reciclagem, evite o desperdício, promova a mobilidade sustentável, entre outros comportamentos que o vão deixar mais feliz e tranquilo quanto ao seu papel na comunidade.

Passe tempo na Natureza

Sair e estar em contacto com a Natureza, pode ser também terapêutico. Caminhar na natureza (sem tecnologia), falar sobre a natureza, ou meditar na natureza, pode ser benéfico para as pessoas com eco-ansiedade. Jardinagem, plantação de árvores, ou outras atividades que fomentem um sentido de ligação com a Natureza serão também boas alternativas.

Conecte-se com outros que partilhem as suas preocupações

Interagir com pessoas que possam ter experiências semelhantes, que estão profundamente perturbadas com as alterações climáticas, poderá ser terapêutico, sendo importante para reduzir os sentimentos de solidão ou isolamento.

Tenha um papel ativo

Envolver-se na luta contra as alterações climáticas é uma ótima forma de aliviar estas emoções. Participar pode significar tornar-se politicamente ativo, ou tornar-se voluntário nos esforços locais de combate às alterações climáticas. Junte a família e falem sobre a importância da proteção do clima.

Encontre ajuda profissional

Não negue ou tente suprimir as emoções. Através do acompanhamento psicológico, poderá aprender vários mecanismos que o poderão ajudar a lidar com esta problemática, no entanto, é fundamental que procure ajuda profissional mais direcionada para esta temática.

Tome Nota!

Experimente o otimismo sobre o futuro: com as pequenas ações diárias podemos construir um futuro melhor. Explore o tema a sustentabilidade ambiental e social em artigos, iniciativas e boas práticas da Missão Continente.