O consumo de fruta e hortícolas é essencial para uma alimentação equilibrada. Contudo, explica a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dieta das populações é influenciada por diferentes fatores sociais e económicos, nomeadamente a disponibilidade de alimentos saudáveis.
Nas últimas décadas, o crescimento populacional dos centros urbanos tem contribuído para a diminuição de zonas verdes. Esta tendência tem impacto no Ambiente e na Saúde da comunidade, dificultando, por exemplo, o acesso a alimentos frescos, locais e da época.
Neste sentido, as hortas urbanas e comunitárias apresentam-se como uma solução para alguns dos problemas de sustentabilidade das cidades.
O que são as hortas urbanas e comunitárias?
As hortas urbanas e comunitárias são áreas de terra, públicas ou privadas, trabalhadas por um grupo ou coletivo de pessoas, localizadas em centros urbanos ou na periferia. Estes espaços promovem a agricultura biológica nas cidades, enquanto ajudam a desenvolver a sustentabilidade na comunidade. Os produtos produzidos podem ser utilizados para consumo próprio ou para venda ou troca com a restante comunidade.
Geralmente, os órgãos municipais, as organizações comunitárias e os moradores individuais são os impulsionadores das hortas urbanas, sendo que definem a sua organização e o fim dos alimentos produzidos.
Este tipo de hortas pode também cumprir um propósito pedagógico, caso faça parte de programas de desenvolvimento da comunidade, estabelecidos por municípios, escolas ou por instituições sociais locais.
Vantagens das hortas urbanas e comunitárias
Em Portugal têm-se registado cada vez mais hortas urbanas e comunitárias tanto nas grandes cidades, como nas mais pequenas, à medida que se comprovam os benefícios destes espaços para as comunidades. Entre as suas principais vantagens estão:
- Consumo de alimentos frescos e biológicos por parte da população, contribuindo para a sua saúde e bem-estar.
- Incentivo ao desenvolvimento sustentável das cidades, através da fomentação da economia local.
- Criação de laços entre vizinhos, o que se traduz num sentimento de pertença e na redução do isolamento social.
- Absorção do dióxido de carbono, o que diminui a poluição atmosférica e ameniza a temperatura das cidades.
- Diminuição das áreas de baldio impermeáveis com risco de inundações.
- Garantia da segurança alimentar das populações locais, graças aos preços mais baixos que estes alimentos podem ter.
- Regeneração dos solos urbanos e crescimento da biodiversidade, nomeadamente o aparecimento de pássaros e insetos.
- Criação de momentos de descanso e lazer, que aliviam as pessoas do stress citadino.
Como ter uma horta urbana e comunitária?
Para participar numa horta urbana e comunitária, o primeiro passo é informar-se junto da sua autarquia se já existe algum projeto dessa natureza em curso. Normalmente, as inscrições estão limitadas aos residentes de cada concelho, mediante os lotes disponíveis para cultivo.
Caso não exista nenhuma horta na sua área de residência, deve:
- Conhecer a área agrícola existente perto da sua zona de residência, para entender se é viável a criação de uma horta.
- Saber se existem outros moradores interessados em participar, considerando que esta deve ser uma iniciativa da comunidade.
- Procurar entender as necessidades dos potenciais utilizadores da horta, de forma a estipular o formato organizacional do projeto e o fim dos bens produzidos.
- Planear o tipo de verduras e frutas que pretende cultivar, de acordo com o clima da sua região e o espaço de cultivo disponível.
- Pedir acesso a água e/ou cursos de formação de jardinagem à sua autarquia.
Também é possível cultivar os seus alimentos se viver num apartamento ou se tiver um pequeno espaço para plantar. Saiba como plantar a sua horta em poucos passos.
Tome nota!
Esta primavera, pondere criar uma horta comunitária! Estes espaços garantem o bem-estar da comunidade e ainda contribuem para o desenvolvimento sustentável das cidades. Nunca foi tão fácil consumir produtos “farm to table” sem sair do seu bairro.