É verão e o calor já se faz sentir! Num país como Portugal, com tantos rios, praias e um clima temperado, o sol convida a aproveitar os dias longos com passeios, mergulhos e pic-nics e apanhar um belo bronze. No entanto, a exposição solar, sobretudo no Verão, acarreta muitos cuidados a ter com a sua pele. Um dos mais importantes é, sem dúvida, o uso de proteção solar adequada.

A importância do uso de protetor solar

O sol, embora fonte de inúmeros benefícios para a sua saúde, pode também ser a causa de doenças graves, como o cancro da pele, por exemplo. Nas horas de maior calor, aumentam também as radiações ultravioleta provenientes do sol, que se dividem em UVA e UVB. Os raios UVB são responsáveis pelas queimaduras solares, mas passam apenas uma camada da pele. Já os raios UVA penetram a pele em maior profundidade, sendo os responsáveis pelo envelhecimento da mesma e criação de rugas profundas, como revela a Universidade de Cuidados de Saúde de Iowa (EUA).

É neste contexto que se torna fundamental o uso de protetor solar que reflita ou absorva os raios para que não seja a pele a fazê-lo, impedido os fatídicos escaldões após um belo dia de praia. Além disto, a longo prazo, evita muitas doenças dermatológicas.

A Organização Mundial de Saúde lamenta que a eficácia dos protetores solares não é tão conhecida sobre os raios UBV como a dos raios UVA. O Fator de Proteção Solar (FPS ou SPF), representado em todos os cremes protetores solares, revela a intensidade da proteção do mesmo e é representado em quatro níveis:

• Baixa (6-10)
• Média (15-25)
• Alta (30-50)
• Muito alta (50+)

A recomendação da Liga Portuguesa contra o Cancro é que utilize sempre um protetor solar de, pelo menos, nível alto (30-50) e que evite as horas de maior exposição solar (11h-16h).

Perigos do protetor solar para o meio ambiente

Embora indispensável para a saúde da pele, o uso de protetor solar pode ter efeitos nefastos para o meio ambiente. Muitos dos produtos que usamos contêm, na sua composição ou embalagem, substâncias químicas nocivas – sobretudo - para a biodiversidade marinha.

Sempre que entra em contacto com a água, seja quando toma banho ou dá um mergulho, parte dos componentes o creme que aplicou na sua pele são arrastados por essa mesma água e libertados no sistema de tratamento de águas, fazendo com que uma parte chegue ao oceano ou mesmo diretamente no mar.

A oxibenzona e a benzofenona são exemplo das substâncias mais perigosas presentes na composição do creme protetor solar e podem afetar diretamente os seres aquáticos. Além disto, estes produtos contêm muitas vezes microplásticos, para dar espessura ou uma aparência especifica aos cremes, que são muitas vezes ingeridos pelos animais marinhos.

Segundo o Serviço Nacional de Oceanos dos Estados Unidos da América, os principais seres vivos impactados por estas substâncias são:

Corais

Estes pequenos seres têm um papel muito importante para a evitar a erosão dos solos e, por vezes, funcionam como barreiras para tsunamis, Os químicos libertados pelo protetor solar podem causar infeções virais com impacto na reprodução, desenvolvimento e ADN dos corais, resultando no seu processo de branqueamento, como se fosse lixivia em roupa colorida.

Peixes

Muitas espécies de peixes habitam nos corais. Ao danificarmos os corais, estamos a impactar o habitat destes animais. Além disso, a ingestão destes químicos e partículas pode ter efeitos diretos na fertilidade e reprodução dos peixes.

Algas:

Os químicos libertados pelo uso do protetor solar podem prejudicar o crescimento das algas e impedir a sua fotossíntese, que, por sua vez, tem como resultado a libertação de oxigénio para o ambiente.

Existem, inclusive, países que já baniram a comercialização de protetores solares que contenham substâncias nocivas para o meio ambiente. É o caso do Paulau, um pequeno arquipélago no pacífico, que em 2020, para salvar os corais, impôs esta proibição. 

Além dos perigos que o protetor solar representa para a vida marinha, o plástico ou cartão que é usado para embalar o produto, é muitas vezes desnecessário, ou não reutilizável, sobretudo quando falamos de embalagens secundárias para acondicionar a embalagem primária.

Em suma, a escolha do protetor solar a utilizar é essencial para si, mas também para o ambiente. Uma das melhores formas de o fazer é optar por produtos com embalagens mais sustentáveis (sem desperdício), procurar selos que comprovem fórmulas que respeitam a vida marinha ou garantir que não existem componentes químicos poluentes ou perigosos para a biodiversidade.

Este cuidado, quando replicado, pode fazer a diferença num futuro mais sustentável para a vida marinha e para a qualidade da água e pescado. Proteja a sua pele, ao mesmo tempo que preserva a biodiversidade.

Tome Nota!

Este verão proteja-se enquanto protege quem vive na água. Cuidar de si, mas também do planeta é uma missão de todos. Inspire-se neste artigo e descubra como pode proteger a vida marinha.

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