A hierarquia de género reconhecida na sociedade tem impacto direto na saúde e no bem-estar das mulheres e meninas em todo o mundo. Por esta razão, o dia 28 de maio foi declarado, em 1987, como o Dia Internacional da Saúde da Mulher.
Segundo o Serviço Nacional de Saúde (SNS), este dia tem o objetivo de alertar para as desigualdades entre mulheres e homens no acesso aos cuidados de saúde, assim como promover a saúde feminina.
Estas disparidades são ainda mais evidentes nos países em desenvolvimento, onde a desigualdade de género é manifestada em todas as áreas da sociedade.
O que é a saúde feminina?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica o conceito saúde como “um estado completo de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidades”. No entanto, existem diferenças significativas entre homens e mulheres, pelo que se cunhou o termo da saúde feminina.
A saúde feminina está amplamente ligada à idade, uma vez que as diferentes fases de vida de uma mulher estão relacionadas com aspetos da sua saúde sexual e reprodutiva, nomeadamente o início do ciclo menstrual, a possibilidade de uma gravidez, a menopausa, entre outros.
Assim, a interação entre fatores biológicos, comportamentais, sociais e políticos contribui para as diferentes perceções em relação ao estado de saúde de uma mulher. Importa, por isso, perceber em que medida a saúde feminina se distingue da masculina e quais são as medidas de proteção a seguir.
Especificidades da saúde feminina
Segundo a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a identificação das especificidades das diferentes fases de vida de uma mulher possibilita minimizar os riscos associados à sua saúde. Entre as principais especificidades da saúde feminina estão:
- Saúde reprodutiva, relacionada principalmente com doenças sexualmente transmissíveis, métodos contracetivos e interrupção da gravidez.
- Saúde gestacional e materna.
- Cancro, em particular cancro da mama e do colo do útero.
- Saúde mental, dado que as mulheres são mais propensas a ter ansiedade e depressão.
- Violência física, sexual ou obstétrica, que tem um enorme impacto na segurança física e psicológica das mulheres.
- Envelhecimento, relacionado com a menopausa e com a dificuldade de acesso a cuidados de saúde.
Medidas de proteção da saúde feminina
Graças ao crescimento da perceção da necessidade de proteção da saúde feminina, têm-se desenvolvido algumas medidas, nomeadamente:
- Instituição do Planeamento Familiar, que auxilia as mulheres a planear a sua gravidez no momento apropriado.
- Adoção de medidas de contraceção e interrupção da gravidez.
- Criminalização da violência contra as mulheres, nomeadamente a violência doméstica e a mutilação genital feminina.
- Ativação do Grupo de Estudos de Saúde da Mulher, que pretende desenvolver discussões e iniciativas que promovam a saúde feminina.
- Promoção da igualdade de género em todas as esferas da sociedade, contribuindo para a saúde mental das mulheres.
Tome nota!
Os contextos de saúde das mulheres dependem não só das pessoas que as rodeiam, mas também das estruturas políticas e económicas da sociedade. Neste sentido, devemos continuar a conferir a importância necessária a este tema, tanto na nossa esfera pessoal como na pública.