Da mobilidade ao bem-estar. 5 exemplos de cidades sustentáveis

Num mundo cada vez mais urbano e citadino, como devemos pensar as nossas cidades no futuro? Conheça algumas das melhores (e sustentáveis) práticas para melhorar a vida nas cidades.

É difícil imaginar como seria a nossa vida sem os grandes centros urbanos. Um pouco por todo o mundo, as cidades marcam a forma como as pessoas se organizam e vivem. Sendo certo que o desenvolvimento destes polos contribui para o desenvolvimento económico e para a melhoria das condições de vida das populações, é também verdade que existem custos associados à expansão do urbanismo que não devem ser ignorados.

Segundo o Jornal de Negócios, a Organização das Nações Unidas estima que as cidades sejam responsáveis por 80% do consumo global de energia e por mais de 70% das emissões de CO2. Tudo isto resulta numa preocupante quantidade de desperdício e poluição que coloca em risco o bem-estar das populações. Dado que até 2050 prevê-se que as cidades continuem a crescer e que cerca de 70% de toda a população resida em cidades, torna-se urgente perceber de que forma podemos implementar práticas mais sustentáveis.

O que é uma cidade sustentável?

As cidades consideradas mais sustentáveis são aquelas que adotam um conjunto de práticas e medidas eficientes rumo a uma melhoria da qualidade de vida das suas populações, ao desenvolvimento económico e, claro, à preservação do meio ambiente.

Sendo certo que é impossível identificar uma cidade que seja 100% sustentável, a verdade é que existem inúmeros exemplos de localidades que implementaram, com sucesso, esforços concretos associados à melhoria da qualidade do ar, à transição energética, à proteção de recursos naturais e desenvolvimento de uma capaz rede de transportes públicos.

Tal como anuncia, o Índice das Cidades Sustentáveis existem 3 pilares principais que são usados para medir o nível de sustentabilidade das cidades:

  • Componente social

Tudo aquilo que reflete e diz respeito ao bem-estar das populações. Este pilar procura medir os fatores relacionados com a sua qualidade de vida, nível de oportunidades e possibilidade de mobilidade social. Saúde, trabalho e educação são alguns dos eixos mais fundamentais.

  • Componente ambiental

A forma como são geridos os recursos naturais. Neste pilar são considerados todos os fatores que contribuem para a certificação “selo verde”: a qualidade das águas, os níveis de contaminação, as iniciativas de promoção de reciclagem, o desenvolvimento de espaços verdes, etc.

  • Componente económica

O ambiente económico e a saúde da economia local. De forma a medir o nível de sustentabilidade de uma cidade é essencial compreender o dinamismo da sua economia, estudando algumas métricas como a empregabilidade e poder de compra.

Quais as características das cidades sustentáveis?

  • Implementam de medidas para a diminuição da emissão de CO2;
  • Revelam um forte investimento em políticas de educação;
  • Assumem um comércio local forte, dinâmico e acessível;
  • Apoiam programas públicos que visem um melhor acesso a cuidados de saúde;
  • Criam de espaços verdes (tais como jardins e parques) ;
  • Apostam na qualidade da mobilidade urbana e dos serviços de transporte público;
  • Privilegiam fontes de energia limpa e renovável;

Cidades Sustentáveis Missão Continente

5 exemplos reais de sustentabilidade nas cidades

Um pouco por todo o mundo existem bons exemplos de sustentabilidade que demonstram como é possível implementar um urbanismo mais capaz de responder aos desafios ambientais, sociais e económicos.

  1. Freiburgo, Alemanha

Na Alemanha existem diversos exemplos de cidades que cumprem alguns dos requisitos mais determinantes para este tema. Freiburgo representa, em particular, um caso de como é possível repensar a utilização dos recursos energéticos de uma forma mais eficiente.

Logo após o final da Segunda Guerra Mundial, a consciência ambiental dos governantes desta localidade do sul da Alemanha, resultou na criação do bairro Schlierberg. Aqui todas as casas e edifícios foram construídos usando materiais ecológicos, tendo sido implementados painéis fotovoltaicos em todos os lotes. O resultado? Este bairro revolucionário produz quatro vezes mais energia do que a que consome.

  1. Copenhaga, Dinamarca

O estilo de vida dinamarquês é alvo de inúmeros elogios, nomeadamente pela forma como este povo adotou um estilo de mobilidade mais sustentável e saudável. Em Copenhaga, o uso regular de bicicletas é a norma, existindo cerca de 40% da população que se desloca diariamente através deste meio de transporte.

De resto, a cidade foi pioneira no lançamento de um sistema de empréstimo público de bicicletas que tornou esta realidade mais acessível. Esta e outras medidas permitiram à cidade reduzir, desde 1990, em 25% as suas emissões de CO2.

  1. Saragoça, Espanha

Diminuir drasticamente o desperdício de água, era este o grande objetivo da província de Saragoça no início dos anos 90. Após uma temporada de seca prolongada, os governantes compreenderam a necessidade de repensar a utilização dos recursos hídricos da cidade.

Para tal foi definido e executado, com enorme sucesso, um programa que visava a sensibilização da população para o tema e a implementação de uma série de medidas que puniam aqueles que utilizavam de forma irresponsável este recurso natural, premiando, em alternativa, os lares que apresentavam um menor consumo de água.

De resto nos parques e edifícios públicos foram implementadas tecnologias capazes de melhorar a eficiência do uso de água, promovendo o reaproveitamento desse recurso natural.

Em suma, ao longo de mais de uma década, a cidade de Saragoça conseguiu reduzir em cerca de 30% o seu consumo global de água.

  1. Thisted, Dinamarca

Tal como referido anteriormente, não existem cidades 100% sustentáveis, mas Thisted é o exemplo de uma cidade que conseguiu atingir a autossuficiência energética.

Isto significa que 100% da energia utilizada nesta localidade é proveniente de uma fonte renovável – 80% eólica e 20% biogás. Neste caso, o sucesso desta transição energética não está tão associado a políticas governamentais, mas antes à forma como a comunidade local e o setor provado se juntaram para concretizar este feito, investindo durante vários anos em tecnologias mais sustentáveis.

Atualmente, das 252 turbinas eólicas, apenas uma não é privada. O excedente energético produzido por estas instalações é mais tarde vendido à rede central energética que “alimenta” todo o país.

  1. Viena, Áustria

Considerada uma das cidades que oferece maior qualidade de vida aos seus habitantes, Viena é exemplo da importância de definir um plano com uma visão estratégia a longo-prazo, que procure resolver os principais desafios do urbanismo moderno.

Em 2014 a cidade iniciou a implementação do programa Smart City Viena. Através de uma série de medidas e ações, este plano tinha como objetivo melhorar as infraestruturas, redes de energia e mobilidade da cidade. A meta final passa pela redução das emissões de CO2 em mais de 40% e pelo aumento do uso de energias renováveis.

A harmonia entre a operação dos diferentes meios de transporte, o acesso gratuito à internet em espaços públicos, o dinamismo do comércio local e os sistemas de redução do consumo energético são alguns dos fatores que contribuem para a qualidade de vida desta cidade.

Tome nota!

A estratégia de urbanismo das cidades é um fator determinante para a promoção do bem-estar das populações e para o crescimento económico. Seja a que escala for, é possível implementar medidas sustentáveis que protejam o futuro de todos.

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